sábado, março 04, 2017

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[Tradução de entrevista e audio] Rolling Stones -Confissões de um Backstreet Boy


AJ Mclean fala com Brian Hiatt e Brittany Spanos sobre a pressão de viver com imagem de bad-boy, sua luta por sobriedade, a morte de Lou Perlman, porque ele acha que o Grammys estava certo ao escolher Adele e muito mais enquanto o Backstreet Boys se prepara para uma residência em Vegas.

Logo de início A. J. diz que o show de Vegas será imenso, maior que todos os outros, que será como o próprio nome diz “Larger than Life” (Maior que a vida).

O apresentador menciona uma passagem do documentário, onde A. J. diz estar preocupados com os joelhos ao escalar um morro, e o questiona se ele acha que ainda conseguirá ter uma boa performance no palco.


A J diz que se vc se cuida, come bem, descansa de maneira suficiente não há pq se preocupar. Diz ainda que neste show de Vegas eles terão 21 musicas, sendo que dançam em 17 delas, pois são “showmen” (apresentadores) e sempre farão o que acreditam ser o melhor para agradar seus fãs, e que este show representará os últimos 24 anos. 

Ele diz, também que o maior desafio ao montar o show foi criar a lista de musicas, pois se preocuparam em não serem tão repetitivos, mas também em não deixar de fora os grandes sucessos que fazem com que os fãs se recordem de grandes momentos de suas vidas como: da época do colégio, primeiro crush, o dia do seu casamento, o dia em que seu filho nasceu, etc. 

Então toda a produção do show foi baseada em nostalgia, assim como os shows de Britney Spears, Jennifer Lopes e Celine Dion, todos eles são baseados em nostalgia, mas terão muitas das musicas favoritas dos fãs e favoritas deles também, tanto na forma de Medley quanto a música inteira, eles tentaram fazer uma balanço saudável entre o que é bom para os fãs e o que é bom para o grupo sem esquecer dos grandes sucessos. 

Foi um grande desafio para eles, mas ele acredita que no final conseguiram uma lista perfeita de musicas, que fará com que as pessoas se mantenham animadas do início até o fim do show (que terá duração aproximada de 2 horas).
Falando sobre o passado...
A. J. diz que antigamente era muito mais fácil ter uma vida “privada” separada da “pública”, pois os acontecimentos de suas vidas só se tornavam de conhecimento público se eles deixassem, ou quando acontecessem realmente em público. Mas hoje em dia, com todas essas redes sociais, eles têm que ser muito cautelosos com o que dizem e fazem.

Brian questiona sobre a época em que A. J. sentia-se desconfortável com o uso do termo “Boy band” para descrevê-los, mas depois teve uma reviravolta e decidiu abraçar o termo e aceitar que realmente são uma Boy Band e que estariam fazendo isso pelos próximos 20 anos ou até terem 60 anos e estarão felizes por fazer isso.

A. J. diz que depois de tudo o que já foi dito e feito, ele enfatiza que desde o início tudo sempre foi pela música e não pela exposição, que eles são um grupo harmônico e conta que a primeira vez em que foram chamados de Boy band foi em uma entrevista na Europa e que eles não tinham noção do que significava isso. Mas, comparados às demais boy bands da época eles eram os únicos que, além de serem bonitos e dançarem bem, também sabiam cantar Acapella, então depois de 24 anos, as pessoas podem chama-los do que quiserem, que não fará diferença na carreira deles, eles não se importam mais com isso.

Britney pergunta como foi pra ele o fato de terem introduzido a musica pop nos Estados Unidos, na comemoração do Green Day, já que naquela época a cultura americana anti-pop não estava muito aberta a esse estilo musical.

Ele diz que na verdade não foram os BSB que introduziram, pois antes deles já faziam sucesso a banda U2 e Spice Girls e isso facilitou bastante pra eles. E também o fato de já terem feito sucesso no mundo todo, começando pela Europa, com a musica “We’ve got it going on” e a MTV também havia se interessado em tocar o clipe de “Quit playing games”, por exibir um monte de caras molhados sem camisa e, segundo ele, isso fez com que despertasse o interesse dos americanos. 

Mas mesmo assim era difícil manter-se nas listas top 10 das rádios, pois havia tantos grupos bons, fazendo sucesso ao mesmo tempo. 
Um grupo atingia o primeiro lugar e logo depois já saía da lista, pois haviam muitas opções.

Brian diz que pode imaginar que deve ter sido bem confuso para as pessoas que nunca haviam ouvido falar dos BSB, quando ouviram pela primeira vez a música “Backstreet’s Back” (backstreet está de volta), pois devem ter imaginado: “de volta de onde???” e pergunta se eles pensaram que isso pudesse acontecer antes de lançar a musica.

A J diz que não, pois “Backstreet’s back” foi lançada no segundo álbum deles que já era conhecido no mundo todo, menos nos Estados Unidos. Mas, se for olhar para trás e pensar que este foi o primeiro álbum nos Estados Unidos, isso realmente torna-se engraçado, pois as pessoas devem mesmo ter ficado perdidas, se perguntando “pra onde eles foram? Que estão voltando agora?... Eu nunca os vi antes!”.
Brian pergunta sobre Max Martin (um grande e famoso compositor de música pop, que compôs vários sucessos do BSB).

AJ. conta que Max tinha apenas 22 – 23 anos e Kevin (que é o mais velho do grupo) tinha só 21, então todos eram muito jovens, mas já tinham muito talento. Diz que naquela época foi criada uma identidade musical que ninguém jamais poderia tirar do grupo. Que até hoje, quando o BSB canta, todos sabem que é o BSB e ninguém pode negar isso. 

E esse som foi criado por eles em conjunto com Max.
Brian menciona a aparência de AJ no inicio da carreira e diz que naquela época não seria possível imaginar que ele se tornaria o “Bad-boy” do grupo e pergunta quando tudo isso começou a mudar.

AJ diz que isso tudo, provavelmente começou quando eles gravaram o vídeo de “We’ve got it going on”. Pois eles estavam gravando no dia mais quente da história da Flórida (mais ou menos 44º) e Johnny White olhou pra ele e disse que achava que faltava alguma coisa em sua aparência, na aparência do grupo em geral, então Johnny tirou seus próprios óculos e os deu para AJ e disse: “É isso o que estava faltando! 

Essa será sua marca.” E ele aceitou, porém AJ diz que desde criança sempre se sentiu diferente, sempre tentou ser diferente, pois para ele ser “normal” é entediante e, em sua opinião, todo grupo tem que ter um integrante mais velho, um mais sexy, etc. e um bad-boy. É como uma fórmula. Ele não sabia que se tornaria o bad-boy do grupo, mas assume que foi muito divertido no começo e, ainda hoje ele se sente uma criança grande. Mas agora ele precisa se controlar, pois quer dar um bom exemplo para a filha. 

Disse que sua esposa o fez aposentar cada uma de suas armas Nerf, pois precisam arrumar espaço para o novo bebê.
Ele conta que sempre foi anti tudo (tatuagens, bebidas, cigarros, etc) e olhem para ele agora. Então ele diz que houve uma época em que ele se perdeu dele mesmo, pois quando se faz parte de um grupo, tenta-se fazer tudo para se manter nele como um time, pensando em favor do todo. 

Mas quando o grupo passa por um sucesso massivo como eles passaram, onde tudo é muito fácil, é normal que as pessoas se percam de si. Então ele ficou tão encantado com tudo aquilo que começou a fazer o que qualquer um mandava... 

Tipo: se ele estivesse em uma festa e alguém o oferece droga ele diria “ok! Que seja.”  Sem pensar em seu bem-estar ou que isso se tornaria o que de fato se tornou. Diz que já esteve em tratamento por três vezes e ele não acredita que exista uma “personalidade tendenciosa ao vício”, ele crê que existem “escolhas” e, sejam elas boas ou ruins, você terá de conviver com elas. São de sua total responsabilidade. 

Ele diz que está muito feliz em estar sóbrio agora e em saber que ainda pode se tornar um bad-boy, fazer coisas loucas, pois ele ainda quer tudo isso porque ele é assim, porém agora ele tem muitas outras coisas para pensar e se responsabilizar (como pai, como marido, como colega de banda ou como ídolo – que ele prefere chamar de “mentor”) mesmo porque, ser um bad-boy... assumir esse personagem, não é tão fácil quanto todos pensam, pois você tem que mergulhar de cabeça e foi o que ele fez.

Britney pergunta qual foi o momento em que ele percebeu que assumir essa imagem de bad-boy não valia a pena.
Ele diz que foi durante a gravação de “Black and Blue” quando ele começou a beber no palco durante o show, não comparecer aos ensaios, foi ali que ele percebeu que as coisas estavam indo de mal a pior, pois tudo aquilo estava afetando a sua voz, seu jeito de pensar, seu jeito de ser. 

Contrataram um psicólogo para acompanha-lo, porém ele nunca colaborou com o tratamento... nunca quis conversar, pois ele não achava que estava preparado ainda. Mas naquele episódio ocorrido entre ele e Kevin no hotel dele, foi o momento em que ele acordou e pensou “ok... agora eu preciso fazer alguma coisa”. Então, depois de toda aquela confusão com o Kevin e o fato de ele não querer comparecer à abertura do jogo de baseball conforme havia prometido, ele conversou com seu psicólogo que imediatamente entrou em contato com uma clinica de reabilitação no Arizona e ele foi direto para lá. 

Não teve a chance de falar com a família nem com ninguém e acredita que essa foi a melhor coisa que fez na vida, pois isso realmente salvou a vida dele. Senão fosse isso ele acredita que, na melhor das hipóteses ele estaria na cadeia ou morto ou teria matado alguém. É assustador mas é a mais pura verdade.

Ele diz eu os fãs do BSB são os fãs mais espertos do mundo e que ele escolheu ser honesto com eles, pois sabe que mais cedo ou mais tarde alguém descobriria. Então ele se sente muito feliz com as mensagens inspiradoras que recebe, dizendo que estão orgulhosos dele e que sabem como foi e ainda é difícil pra ele se manter sóbrio e afirma que manter-se sóbrio é uma luta diária e acredita que continuará sendo pelo resto de sua vida, e não há nada que possa fazer para mudar isso, a não ser fazer a parte dele e aceitar o apoio dos verdadeiros amigos, colegas de banda e família sem se importar com o que as pessoas pensam. 

Todos somos humanos, portanto ele assume que errou e se perdeu, mas que deu a volta por cima e, hoje em dia ele tem outro ponto de vista, outra maneira de pensar e outras prioridades... agora antes de pegar um drink ele pensa na filha dele, na esposa, na família e no que esse drink vai dar/proporcionar para ele? Talvez um momento de prazer e depois... absolutamente nada. Então ele acredita que não exista motivo nenhum para regredir, apenar para seguir em frente, pois existe muita coisa boa acontecendo na vida dele e na vida do grupo.

Ele diz que quando saiu da clinica de reabilitação e voltou para a casa de sua mãe e os garotos resolveram aparecer lá de surpresa, foi esse o momento em que ele soube que eles o aceitariam de volta. Ele teve muito medo de que eles duvidassem dele, que não confiassem mais nele, mas eles confiaram em o apoiaram como irmãos, porque se amam como uma verdadeira família. 

Todos passaram por problemas: a cirurgia do Brian, a morte da irmã do Nick, a morte do pai do Kevin, mas eles se mativeram juntos como irmãos e continuam assim. Eles o fizeram se sentir bem com ele mesmo e isso foi o mais importante.

Britney pergunta sobre como a morte de Lou Pearlman afetou a vida deles, sabendo que a relação entre o grupo e Lou Pearlman era bem estranha.
Ele conta que quando estavam filmando o documentário a intenção deles era de ir até à cadeia onde o Lou estava preso e sentarem-se frente a frente com ele como grupo e fazer todas as perguntas que tínhamos iniciadas com “Porquê”, mas nunca conseguimos a permissão. 

Ele disse que é o tipo de pessoa que só acredita nas coisas que vê com seus próprios olhos e como nunca teve a chance de perguntar diretamente para o Lou sobre todas as acusações, a imagem que ele guardou na memória foi do “Paizão” que sempre se preocupou em faze-los sentirem-se bem e se divertirem. Então ninguém nunca vai saber a verdade, assim como ninguém nunca vai saber a verdade sobre as acusações sobre Michael Jackson. O que ele sabe é que a mídia modifica coisas e faz absurdos com notícias, muitas vezes falsas.

Brian comenta sobre o quão estranho deve ter sido o dia em que eles chegaram para ensaiar e havia um outro grupo de garotos ensaiando com o Lou Pearlman.

AJ diz que realmente foi muito estranho, mas que, de qualquer maneira eles foram um dos primeiros a fazer grande sucesso, então os grupos que vieram depois deles aprenderam com seus erros e que eles não se arrependem de nada, pois por causa disso é que hoje são pessoas melhores. Hoje, além de integrantes de um grupo, são também homens de negócios (o que ele odeia na verdade, pois é uma pessoa muito criativa e prefere compor e cantar), mas é  necessário que eles saibam de tudo o que esta acontecendo, quanto gastam, quanto recebem, para que possam continuar nessa jornada maravilhosa por mais 25 anos.

Britney pergunta se AJ acredita que ainda possa haver uma boy-band que alcance o sucesso ou que se compare ao BSB, assim como o One Direction quase conseguiu.
Ele diz que não diria “nunca”, mas que eles foram um fenômeno e ele não acredita que fenômenos aconteçam duas vezes nesse mundo da música. Ele acredita que possam existir outros grupos que façam muito sucesso, mas em nível diferente. 

Assim como jamais haverá outros Beatles ou outro Prince ou outro David Bowie também não haverá outro Backstreet Boys.
Brian pergunta o que ele achou de dizerem que o premio da Beyoncé no Grammys foi roubado.
Ele diz que não acredita nisso, pois Adele e sua equipe são muito talentosos e quem ganhou foi quem teria que ter ganhado, mas isso não quer dizer que ele ache que a Beyoncé  não é talentosa, muito pelo contrário.

Ele acha que ela seja uma pessoa que está além do talento, que admira a maneira como ela tem inspirado as pessoas nos últimos 3 anos, mas pede desculpas e diz que se ele tivesse que escolher entre as duas, ele também escolheria a Adele. Diz que é muito triste que as pessoas acreditem que seja por uma questão racial nos dias de hoje. Pois somos todos iguais e a música é para todos, todas as raças, todos os gêneros, todas as idades. 

No final, Brian comenta sobre o fato de AJ não querer comentar sobre suas ex namoradas com sua esposa. E o AJ diz que sempre foi muito inseguro em seus relacionamentos, e não gosta de falar sobre eles. E diz que agradece a Deus por ter essa esposa maravilhosa que entende isso.

VEJA ORIGINAL AQUI

Tradução by Katia Ramalho

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